Domingo, dia 13
Bem, eu não sei exatamente como começar um diário. Porque, afinal, eu nunca tive um.
Eu não sei exatamente o que escrever aqui. Talvez coisas do tipo: comi frango e arroz e fui à escola? Ta, eu não vou escrever isso.
Hoje eu não fiz nada de interessante. Porque, afinal, é domingo. E pelo menos na minha vida, domingo é o dia mais chato da semana. Principalmente porque é o dia que o Lucas (meu irmão mais novo retardado) traz algum amiguinho (retardado) dele aqui em casa e eles ficam jogando vídeo-game com o som estrondosamente alto. E o pior é que eu não posso sair nenhum momento do meu quarto. Uma vez eu fui até a cozinha pegar um copo d’água e quando voltei, eles tinham desenhado bigodes nos meus pôsteres e roubado alguns sutiãs e meias minhas para fazer guerrinha de estilingue (odeio pirralhos).
Minha mãe diz que eu tenho que ter paciência, porque já tive meus oito anos. Ta, tudo bem. Eu já tive oito anos, mas: 1º DUVIDO que eu tenha sido tão chata quanto meu irmão é e 2º eu não sou obrigada a agüentar meu irmão. Afinal, não é culpa minha se minha mãe esperou eu fazer nove anos para me dar um irmão. No começo era legal ter irmão, eu podia vestir minhas roupas de boneca nele e o maquiar o quanto eu quisesse. Mas depois ele começou a crescer e foi presenteado com o dom mais lindo que existe (mas que, no meu caso, é a pior maldição da face da terra. Bem, pelo menos se estivermos falando de um irmão irritante): o dom da fala e da personalidade própria. Bem, ele só tem oito anos. Não tem muita personalidade. Mas eu não posso simplesmente chegar nele e tentar maquiá-lo.
Resumindo, passei meu dia inteiro trancada no meu quarto ouvindo música (ou tentando).
Eu só não entendi ainda porque minha mãe me deu esse diário. Não é meu aniversário nem nada...
Vai saber...
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